A Palavra do Pastor: E A FAMÍLIA... COMO VAI ?
+ Hélio Adelar Rubert – 06/09/2014
Nos dias 05 até 19 de outubro deste ano será realizado em Roma o Sínodo Extraordinário sobre a família. O Papa Francisco convocou este Sínodo deixando-se conduzir pelo Espírito do Senhor, pois é Ele quem guia a Igreja. A família passa por uma crise muito grande: muitas famílias desfeitas, separações, divórcios, muitos jovens já não se casam mas convivem, filhos e filhas sem a presença do pai, da mãe ou de um irmão, jovens e crianças gritando o direito por uma família, por educação, convivência e outras necessidades. O Papa sente estes problemas e a dor das famílias.
Com o Sínodo, a Igreja quer orar pela família, ajudar, buscar uma nova luz e encontrar uma saída de esperança.
Em 1968 Paulo VI publicou a Encíclica “Humanae Vitae”. Era um hino ao amor matrimonial e para a família. Infelizmente, na época, os jornais e a mídia desfocalizaram a família e centralizaram a atenção no uso da pílula anticoncepcional. Hoje, na proximidade do Sínodo, a mídia enfoca a problemática se a Igreja vai dar ou não a comunhão para os divorciados ou em segundas núpcias. Descentraliza o enfoque que é a família e as maravilhas do matrimônio entre um homem e uma mulher.
A Igreja deverá dizer uma palavra sobre tantas situações difíceis, acolher e abrir caminhos. Nossa expectativa é que seja um Sínodo que acolhe, que não julgue, que não condena, mas que oferece o anúncio de Jesus Cristo e que a Igreja está próxima de todos os casados e dos que são chamados para a vocação da vida matrimonial. Certamente virão à tona as dificuldades da família, as dores, as esperanças e a necessidade de uma preparação séria ao casamento. Nessa abertura a mídia e todos nós queremos ver uma Igreja e uma sociedade acolhedora, protetora, incentivadora e defensora das famílias.
Para a preparação do Sínodo, foi distribuído um questionário para coletar respostas, experiências e sugestões. 144 conferências episcopais do mundo enviaram suas contribuições e inúmeras pessoas e instituições também responderam. Isto tudo é fruto da graça, pois é um estímulo e encorajamento para a pastoral familiar contemporânea.
A Igreja sempre esteve ao lado das famílias ameaçadas pela separação e pela destruição. Com casais de experiência e a pastoral familiar, se poderá ajudar os matrimônios para sua fidelidade e realização, bem como o bem dos filhos. A Igreja percebe que precisa acompanhar também os separados e os de novas uniões. Estes reencontram a fé e levam adiante a nova realidade com seus sofrimentos. Deus saberá mostrar que os ama, apesar da situação irregular. Os casais em segundas uniões sabem que estão em situação irregular, mas não são excomungados da Igreja. A Igreja é mãe e quer ajudá-los a caminhar em outras fontes de Deus além da comunhão eucarística. Existem outras fontes de Deus: amar o irmão onde está Jesus; viver a Palavra da Escritura onde está Jesus presente, etc... A Igreja ama a família e quer estar próxima, ajudá-la. Na verdade a crise atual é a ponta do “iceberg” que mostra a crise da humanidade que não valoriza a família. Todos percebem que o modelo de família precisa se inspirar no modelo trinitário e mostrar ao mundo a realidade e a importância do amor que tudo integra, harmoniza, tudo suporta e congrega a sociedade nos valores evangélicos e humanos.
Agora: todos em ação. Que tal rezar um Pai Nosso, diariamente, pelo êxito do Sínodo e a bênção das famílias?
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